quinta-feira, 11 de novembro de 2010

México apresentará no G20 desafios sobre aquecimento global

MÉXICO — O presidente mexicano, Felipe Calderón, aproveitará a cúpula do G20, em Seul, para expor os desafios ainda pendentes para se avançar na conferência sobre mudanças climáticas (COP 16), que será celebrada este fim de ano, em Cancún (leste), anunciou seu gabinete nesta terça-feira.
A 20 dias do começo da conferência sobre mudanças climáticas, Calderón discursará na cúpula de líderes das maiores economias do mundo "sobre os avanços obtidos e os desafios pendentes" para a COP 16, disse a Presidência em um comunicado.
Em Seul, Calderón também se reunirá com empresários em um fórum paralelo sobre 'crescimento verde'.
Os esforços diplomáticos por fazer avançar o encontro de Cancún ficaram evidentes na semana passada, na Cidade do México, onde foi celebrada uma reunião preparatória com representantes de mais de 50 países.
Apesar disso, a delegada europeia encarregada do Clima, Connie Hedegaard, considerou após seu retorno a Bruxelas que as negociações poderiam fracassar definitivamente se a conferência da ONU não tiver algum resultado concreto.
Em seu giro pela Ásia, Calderón assistirá no Japão à XVIII reunião de presidentes da APEC, onde participará de uma sessão sobre energia e meio ambiente e insistirá nos resultados que o México busca para a COP 16, acrescentou o boletim.
O propósito original de Cancún era obter um acordo sobre um tratado que permitisse reduzir as emissões de gases de efeito estufa que será ratificado um ano depois na África do Sul, a tempo de substituir o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
A chanceler mexicana Patricia Espinosa reconheceu que "não estão dadas as condições" para se adotar um novo protocolo, mas considera viável obter acordos de transparência nas questões de medição e verificação, bem como de análise internacional.
No ano passado, uma conferência celebrada em Copenhague terminou com a adoção de um texto não vinculante, negociado às pressas por 20 chefes de Estado, que propôs limitar a elevação da temperatura do planeta a dois graus Celsius, sem detalhar, no entanto, os meios para consegui-lo.

Salvar o planeta do aquecimento global é desafio de novo videogame

OXFORD, Reino Unido — Dirigir um carro de Fórmula 1 ou tocar em uma banda é algo comum para os fãs de videogames. Agora, eles poderão superar um desafio bastante diferente: salvar a Terra dos efeitos do aquecimento global, em um jogo que usa como base dados científicos.
"O jogador pode comandar o planeta durante 200 anos, e pode salvá-lo ou destruí-lo em função das políticas ecológicas, econômicas e sociais aplicadas", resume o criador do jogo, o britânico Gobion Rowlands.
O jogador é nomeado diretor da Organização Internacional Ecológica (OIE), e tem nas mãos "O destino do mundo" (nome do jogo).
O administrador do planeta poderá, por exemplo, proibir o desmatamento da floresta amazônica, impor a eletricidade nos transportes públicos na Europa ou generalizar a política do filho único por família em toda a Ásia.
No entanto, terá que levar em conta todos os parâmetros: se decidir reduzir a natalidade para proteger os recursos naturais, a mão de obra pode escassear, a idade mínima para a aposentadoria pode ser aumentada para 80 anos e a população pode se rebelar contra a organização.
O jogador pode ver o impacto de suas decisões por etapas de cinco anos: o orangotango protegido sai da lista de espécies em extinção, a temperatura da Terra diminui em um grau ou parte da Europa fica inundada, enquanto a guerra causa estragos na África devido às colheitas fracas.
"As pessoas aprenderão sobre o assunto tanto destruindo o mundo como salvando-o", estimou Gobion Rowlands, de 35 anos, que preside a sociedade de videogames Red Redemption.
"O Destino do mundo" foi concebido a partir de projeções científicas, econômicas e demográficas da Nasa, das Nações Unidas e até da Universidade de Oxford.
"O jogo nos permite experimentar o tipo de decisões que poderemos enfrentar em breve, e ver que as respostas não são fáceis", afirmou Myles Allen, especialista em aquecimento global da Universidade de Oxford.
Apesar dos gráficos pouco sofisticados, o jogo pedagógico, que se diferencia dos videogames tradicionais, frequentemente muito violentos, foi bem recebido por organizações de defesa do meio ambiente, que se associaram ao projeto.
Uma versão Beta do jogo já está disponível na Internet, e a definitiva será lançada em inglês no começo de fevereiro.